segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Poema de Natal



O poema é como um pequeno pinheiro branco
que decoramos com a tinta das mãos sujas,
quando o inverno cospe as neves solitárias
e a alma se fecha no musgo de um sótão vazio.
De joelhos, sobre o mármore corrompido do soalho
estendemos enfeites, como criança ávida de carícias:
Pequenas bolinhas de fantasia puída;
velhas luzes já sem cor nem brilho;
um rastilho de silêncio e sonhos entrelaçados
no matizado serpenteante das fitas;
e, por fim, no topo da árvore, as estrelas cadentes
que tombaram dos céus arruinados da infância.

Tudo isto, numa estranha mescla de nostalgia,
para celebrar o natal de todas as nossas agonias.


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6 comentários:

Kássia Camila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kássia Camila disse...

Uauu!!Rimou...
Gosteii
Criativo vc...BElo poema de natal
te seguindo0!!
bjO0Ss

Anónimo disse...

O Blog o Toque de MIdas
deseja a todos os seus amigos
Um Santo e Feliz Natal





✫✫✫ BOAS FESTAS!✫✫✫
”˜˜”*°•.✫✫✫✫.•°* ”˜˜”*°•


Beijinhos

Céu Rosário

rosa-branca disse...

É meu querido, o Natal das nossas agonias. Nunca mais será o mesmo sem o que perdemos pela vida. Será que as que ganhámos compensam?
Acho que por um lado preenche o vazio por outro moi-nos a alma. Quero desejar-te um feliz Natal e que nos possamos continuar a encontrar por aqui. Obrigado pela partilha de sentires. Beijos com carinho

Anónimo disse...

Runa,


Sua poesia é sempre bela ... Eu
que agradeço você a compartilhar com todos nós.


Feliz Natal !!!


Bjo.

Reinadi Sampaio disse...

Oi meu amigo querido,
Ontem foi um sucesso "Até que a Luz nos resgate", o meu amigo secreto, em casa da minha mãe, anunciou-me assim: "ela é, aliás, ela não e - ela vive "além-mar". Tua Luz passou de mão em mão, todos queriam vê-la e lê-la.

Gosto de mirar-te, ainda que além-mar, como exemplo de poesia, e cada Natal tua Luz será resgatada por todos nós, em cada verso teu, que permanecerá, mesmo que um dia sejas resgatado:

"Nas asas do vento"
Para RUNA


O dia e o tempo... Cada madrugada,
Morrem... O poeta não morre no adeus!
Ele vive através dos olhos seus.
Versos que buscas em rima cruzada...

No tempo, a palavra... Eternizada;
Nos versos, o poeta um semideus;
Revela-se aos olhos crentes e ateus...
E desnuda-se a cada encruzilhada.

Ludibria o tempo, mas, não a sorte.
Capaz de perpassar a própria morte.
E como poeira lançada ao relento,

Tem o seu tempo de extirpar a dor,
Como assobio agudo de um vapor,
Rodopia livre... Nas asas do vento!


De: Reinadi Sampaio (eu flor-caminho só)
Cruz das Almas, Bahia, Brasil,03 de dezembro, 2010, às 11h45min.


Para ti meu amigo, meu presente de Natal!
Um grande abraço fraterno à toda Família Silva.
Flor.

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