sábado, 28 de setembro de 2013

Últimos sinais


Talvez uma réstia de perfume antigo
perdure ainda na orla do teu vestido
quando sacodes os cabelos molhados
e te libertas da persistência da chuva.
Talvez o tempo não tenha apagado tudo
e nalgum lugar repouse ainda a inocência
que um dia atravessou a claridade dos dias.
Talvez a memória breve daquilo que fomos
ainda se abrigue num rumor de ventania
ou no frio amadurecido dos teus lábios
quando lentamente fechas os olhos
e escutas, no mais profundo de ti
os últimos sinais da minha respiração.

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