Construir uma vida
é como decifrar um puzzle gigantesco
onde algumas peças
simplesmente não encaixam
na imagem que é preciso formar.
À medida que vamos dispondo
os ínfimos fragmentos do puzzle,
numa paciência chinesa
que nos arrasta pelo suor dos dias,
a imagem vai-se transfigurando,
como a miragem que se dissipa
sempre que achamos
ter encontrado o oásis
ou decifrado o enigma.
Só muito mais tarde,
ao chegar o fim do caminho,
é que o puzzle finalmente se completa
e que podemos descobrir
a face obscura da imagem
que andámos, anos a fio, a montar.
E ai, então, descobrimos
que ela é apenas um espelho
onde esbatido se reflecte
o nosso rosto aprisionado.
é como decifrar um puzzle gigantesco
onde algumas peças
simplesmente não encaixam
na imagem que é preciso formar.
À medida que vamos dispondo
os ínfimos fragmentos do puzzle,
numa paciência chinesa
que nos arrasta pelo suor dos dias,
a imagem vai-se transfigurando,
como a miragem que se dissipa
sempre que achamos
ter encontrado o oásis
ou decifrado o enigma.
Só muito mais tarde,
ao chegar o fim do caminho,
é que o puzzle finalmente se completa
e que podemos descobrir
a face obscura da imagem
que andámos, anos a fio, a montar.
E ai, então, descobrimos
que ela é apenas um espelho
onde esbatido se reflecte
o nosso rosto aprisionado.
poema escrito em 2010-12-27