O inverno demora-se
nos lábios frios do poeta.
Um obscuro bater de portas
sacode os rebordos da folha vazia,
agora que a luz definha
ao fundo dos corredores decrépitos
onde o vento range
sob um poente de sombras gastas.
Alimento a sede dos tinteiros
com o sangue pisado das sílabas
e com os versos que restam
nos parapeitos cinzentos da memória,
debruçado sobre a madrugada solitária
das linhas que nunca escrevi,
à espera de um rasgo de inspiração.
nos lábios frios do poeta.
Um obscuro bater de portas
sacode os rebordos da folha vazia,
agora que a luz definha
ao fundo dos corredores decrépitos
onde o vento range
sob um poente de sombras gastas.
Alimento a sede dos tinteiros
com o sangue pisado das sílabas
e com os versos que restam
nos parapeitos cinzentos da memória,
debruçado sobre a madrugada solitária
das linhas que nunca escrevi,
à espera de um rasgo de inspiração.
poema escrito em 2010-12-06
9 comentários:
de remexer porões...
beijo, meu caro!
Á espera de um rasgo de inspiração... belo e nostalgico como a sua alma meu amigo. Adorei mas chega a doer-me... beijos com carinho
Alimentei tanto a dor
Que agora p'ra comer
Nem um pedaço d'amor
Eu tenho para viver.
Runa,
não precisas de inspiração..és a própria.
este inverno do nosso descontentamento é um baú em navio sem rumo.
bj
Olá Runa,
E na espera, as sombras delinearam no bater das portas, um poema que range, e é o alimento do poeta!(Delicia quem lê)
Bjs dos Alpes
Runa, descreves a criação de uma maneira ímpar. Metalinguagem poética! Adorei!
Bjo
Esperas o que já te chegou, já tens. abraços.
Em qual estação os poetas não poemam?
Mas como disse bem: a constatação é que lá bem dentro do adentro, sempre é inverno.
muito bom!
Runa,
o inverno do nosso inverno
mas pelos vistos inspiração tu tens
abraço
Existem realmente pessoas que escrevem com a alma e aqui se sente isso
é um dom maravilhoso
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Abraço. Volta sempre.
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