domingo, 10 de outubro de 2010
Paisagem nocturna
Panos negros ondulam no parapeito das janelas.
Estranhos tambores rufam nos patíbulos do crepúsculo.
O carrasco dos sonhos desenha uma forca de silêncio
com as letras ensanguentadas do meu nome.
Um ranger de vozes e pedras soltas
percorre o restolho solitário dos meus passos;
algures, entre os declives acentuados do fosso
que separa as estrofes que nunca escrevi
e a mortalha de estacas que abraça o vazio
onde teço os últimos fios da paisagem nocturna.
poema escrito em 2010-08-15
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3 comentários:
Runa,
Sempre o desalinho do desassossego, no inevitável silêncio da noite.
bj
Eduarda
Encantamento do início ao fim, mesmo que tenha sido tecido na dor.
Beijinho
Karla B
O luto pela morte dos sonhos, vai silenciando a poesia pouco a pouco,pois sem os sonhos não é possível ver beleza na paisagem...
Lindo, Runa!
Abraços
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