o branco dos lençóis ondula ao sol da manhã
suspenso nas molas de um anónimo destino
quando te debruças sobre o abismo da varanda
cumprindo o ritual monótono da repetição dos dias
o vento, assobiando entre as frinchas do cimento,
sacode o teu rosto petrificado, juntando-se
ao coro das roldanas enferrujadas do estendal
a ranger num estranho gemido de roupa molhada
suspenso nas molas de um anónimo destino
quando te debruças sobre o abismo da varanda
cumprindo o ritual monótono da repetição dos dias
o vento, assobiando entre as frinchas do cimento,
sacode o teu rosto petrificado, juntando-se
ao coro das roldanas enferrujadas do estendal
a ranger num estranho gemido de roupa molhada
.
13 comentários:
Tão melancólico...a rotina cansada de uma vida amargurada...
Beijo
*tudo gora me parece tão igual, viver na berlinda, assombrada, por hora, me dá efeito contrário, enquanto a maioria mergulha na vida, eu vejo tudo tão igual...
Devo ser um ET na terra!
Teus versos lençóis brancos perfeitos, ondulam no meu olhar matinal...
Tocas-me
Belíssimo meu amigo!
Beijo-te
Karinna*
Gemidos de roupa molhada....
Gemidos de vidas que teimamos em viver por nós mesmos....
Adoro tudo que vem de vc...
Beijos
Ani
E assim passam os dias... Abraço.
Obrigada pela sua visita!
Vim conhecer o seu espaço e confesso que fiquei a ondular em cada verso, ouvindo a melodia bem colocada daa suas poesias!
Vou voltar, para reler a sua deliciosa forma de escrever!
Beijinho
Runa
Fez-me sentar em uma varanda.
Uma varanda onde dois anjos meus, ainda, moram.
Trabalharam tanto...
E hoje esperam, sentadas, o tempo passar.
Lá, os dias são mais ou menos iguais.
Descansam os aventais.
E nos varais desfila o branco dos lençóis.
O vento não é frio nem triste.
Lá existe uma paz tão grande...
Só gostaria que elas pudessem caminhar.
Enfim... é a vida!
Com carinho
Fátima
Encontrei o teu blog através de um blog amigo comum.
E ainda bem que aqui vim, pois encontrei belíssima poesia. Parabéns pelo talento que revelas a cada poema.
Abraço.
Que bela composição poética!
Parabéns!
Beijos,
Mara
Os dias passam numa monotonia igual, numa música igual, numa dança igual. Mas aqui estou eu: e a cada dia sinto que vivo de maneira diferente.
Estarei seguindo, te convido a conhecer:
http://escrevoparaviver.blogspot.com
O Cotidiano de ações tão iguais...
Normóticos dias desafiando a ousadia de mudar...
;)
Estou sempre por aqui... gosto de te ler.. beijos...
que parte ótima: "o vento, assobiando entre as frinchas do cimento,
sacode o teu rosto petrificado, juntando-se
ao coro das roldanas enferrujadas do estendal".
O estilo do poema faz lembrar aqueles poetas antigos, muito bom!
http://artegrotesca.blogspot.com
Que descrição mais linda do decorrer da VIDA, esta que nos envolve todos os dias... umas vezes com o ranger de roupas molhadas e outras vezes com o esvoaçar das mesmas roupas, já secas.
Lindo!
Abraços
Gosto de vir aqui, ler-te. Tua poesia é sempre algo que mexe com nosso eu mais profundo e, trafegamos junto contigo em uma emoção idêntica - profunda. O que parece corriqueiro, aos nossos olhos, como estender roupas no varal, transforma-se em algo sublime, com a tua forma de colocar as palavras.
Leio-te aqui, nos livros e cada vez mais és surpreendente.
Um grande abraço.
Flor.
Enviar um comentário
Obrigado pela visita. Se puderes, deixa uma mensagem.
Abraço. Volta sempre.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.