Os olhos fecham-se
num cansaço de pálpebras feridas
quando teimo em escrever
para lá do fim da noite,
refém das palavras que não encontro
para desenhar estas asas
que me restam para fugir.
Com o sangue sujo dos versos
que o vento afaga com polegares de gelo
atravesso o vidro transparente
de um néon de lâminas oxidadas
em busca da sonolenta luz do dia
nos labirintos tingidos do papel
por onde regresso, ao final do poema.
num cansaço de pálpebras feridas
quando teimo em escrever
para lá do fim da noite,
refém das palavras que não encontro
para desenhar estas asas
que me restam para fugir.
Com o sangue sujo dos versos
que o vento afaga com polegares de gelo
atravesso o vidro transparente
de um néon de lâminas oxidadas
em busca da sonolenta luz do dia
nos labirintos tingidos do papel
por onde regresso, ao final do poema.
_
15 comentários:
Nem sempre o poema se entrega nas mãos do poeta. Às vezes faz-se rogado e escondendo-se. Não é o caso, pois aqui, ele ganha corpo e acontece "para lá do fim da noite".
Um beijo
"refém das palavras que não encontro
para desenhar estas asas
que me restam para fugir."
Nada me traduziria melhor essa noite...
seguindo-te
Escapar para a ilusão do poema, voar nas asas dos versos, ser diferente num eu-imaginário... Eis uma saída para a realidade que muitas vezes não combina com a nossa alma.
Belo poema, meu amigo.
Parabéns!
beijos
"...refém das palavras que não encontro
para desenhar estas asas
que me restam para fugir."Cada vez mais difícil comentar a perfeição dos seus versos...Você diz, pensa tudo que poderia ser dito!Parabéns, Runa!Seu blogue está cada vez melhor!
Abraço
O blog é muito bom!Saúdo cordialmente o polonês ; ))
Eu espero que você me visitar também;)) Beijos!
Runa, é sempre com muita alegria que venho visitar tua poesia, sei o que vou encontrar, sei bem a emoção que vou sentir.
Beijos
Neusa
Muito obrigado pelo comentário!Estou muito feliz que você me visitou. ; ))Seu em polonês!
Obrigada pelo carinho deixado em meu espaço. E ao vir retribuir eis que me deparo com seus belíssimos poemas, nem sei qual eu leio primeiro rsrsrsr mas ja estou te seguindo e com muita honra coloquei seu link na minha lista de favoritos, pois serei uma visitante assídua. Abraços fraternos.
blog maravilhoso. Polonês cordial saudação a Brzozowa!Beijos enviados;! **
Recanto onde pousa a alma do poeta. Muita luz.
Olá!!
Incrível que mesmo o cansaço rende poesias...
Adorei!
Beijos.
Bom final de semana!
Que poema forte!
Adorei suas palavras...
Estou te seguindo!
beijos
A poesia, assim como a vida, é cíclica.
Runa, poeta querido, que linda é a sua poesia! :)
Olha, tem um presentinho pra vc lá no meu blogue, em agradecimento por vc tornar a minha vida mais colorida, com esses versos sempre tão cheios de sentimentos. :)
Espero que goste.
Beijinho
Esses labirintos, ah nos perdem, nos encontram.
Como sempre a leveza da poesia me sustenta.
Enviar um comentário
Obrigado pela visita. Se puderes, deixa uma mensagem.
Abraço. Volta sempre.
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.