Este é o território onde se arroja a serpente antiga.
A floresta obscura onde nascem os rios de sangue.
Aqui se molda o fogo que endurece os corações
e envenena o destino amaldiçoado das tribos.
Feiticeiros cegos enfeitam-se com as raízes do caos
e dançam no crepúsculo das encruzilhadas
atiçando o carvão do ódio primitivo.
Com cabeça de pássaro e disformes asas de cera
emergem dos quatro recantos da noite,
no eco dos tambores que propagam a dor,
obedecendo a um impulso de treva.
Nas cicatrizes de lama vermelha das clareiras
plantam os ninhos sombrios da desordem
onde fermentam os ovos das guerras futuras.
Rasgam-se os mapas e o alinhavo frágil das fronteiras.
Crescem rumores de um poente de cinzas
por entre a glória cancerosa dos mitos
e o ancestral rito dos ossos desfeitos.
Uma insólita névoa paira sobre as soleiras das casas
onde o luto desesperadamente procura abrigo.
Nas mãos inquietas dos homens
cresce a voz bélica do temporal
aguçando espadas no mármore das carnes rasgadas
e no dorso profano da ira febril
que carrega o pólen de antigas feridas
exalando um monólogo de vidas interrompidas.
Este é o território onde os deuses brincam
ao atribulado jogo do destino
e bebem, nas taças do barro velho,
o fel e o sangue fresco da cólera,
reclamando mais e mais sacrifícios.
A floresta obscura onde nascem os rios de sangue.
Aqui se molda o fogo que endurece os corações
e envenena o destino amaldiçoado das tribos.
Feiticeiros cegos enfeitam-se com as raízes do caos
e dançam no crepúsculo das encruzilhadas
atiçando o carvão do ódio primitivo.
Com cabeça de pássaro e disformes asas de cera
emergem dos quatro recantos da noite,
no eco dos tambores que propagam a dor,
obedecendo a um impulso de treva.
Nas cicatrizes de lama vermelha das clareiras
plantam os ninhos sombrios da desordem
onde fermentam os ovos das guerras futuras.
Rasgam-se os mapas e o alinhavo frágil das fronteiras.
Crescem rumores de um poente de cinzas
por entre a glória cancerosa dos mitos
e o ancestral rito dos ossos desfeitos.
Uma insólita névoa paira sobre as soleiras das casas
onde o luto desesperadamente procura abrigo.
Nas mãos inquietas dos homens
cresce a voz bélica do temporal
aguçando espadas no mármore das carnes rasgadas
e no dorso profano da ira febril
que carrega o pólen de antigas feridas
exalando um monólogo de vidas interrompidas.
Este é o território onde os deuses brincam
ao atribulado jogo do destino
e bebem, nas taças do barro velho,
o fel e o sangue fresco da cólera,
reclamando mais e mais sacrifícios.
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24 comentários:
território cada vez mais infindado!
Profundas palavras.
Beijos
Feliz Páscoa!
Espantoso o teu talento. Estava a ler e perguntava-me de quem seria o texto (sem desprimor por ti...lol).
Para a guerra não tenho palavras. Como não tenho perante a estupidez:)
Já li todos os teus livros, ontem quando fui dormir levei junto 'Crônicas do fundo do poço' e, cada vez que leio algo novo vindo de ti, também fico refletindo diante de tanto talento para a conexão das palavras que nos leva a labirintos loucos de profunda beleza poética, mesmo em meio a toda dor, pois tudo que aqui foi dito, é real.
E...
[... ] no dorso profano da ira febril
Que carrega o pólen de antigas feridas
Exalando um monólogo de vidas interrompidas. [...]
Deixo aqui, o que me veio à mente, para amenizar tanta dor:
Que um anjo de aura azul
Transporte nas asas,
O pólen de uma flor,
‘Exalando’, sempre um perfume único
de fragrância deslumbrante.
21 De abril, 2001, às 11h23min.
Um grande abraço de fraterna ternura hoje e sempre.
Da amiga
Reinadi.
Interessante! O poema que postei hoje fala justamente sobre unirmos para silenciar a guerra. Mesmo não usando a palavra "guerra" mas armas.
Estou passando para deixar-lhe votos de uma linda Páscoa,e todo seu significado!
Boas energias,Paz.Saúde e Muito Amor!
um abraço fraterno,
Mari
Amigo vim desejar uma feliz Páscoa. Infelizmente a guerra é um flagelo que o homem teima em perpetuar. Beijinho doce.
A guerra é muito triste, e vc expressou essa realidade muito bem em seu poema. Uma feliz páscoa, beijos!
A páscoa é uma passagem
e as guerras continuam
Que texto, Runa! Prendeste-me além do final de teu post, pois tuas palavras seguem em mim.
Bjooo
Sempre que venho aqui saio diferente... com a grandeza das tuas palavras. onde encontrar teus livros? Teus textos são fortes, impactantes. Um estilo Viviane Mosé,abraços
Passando para desejar um maravilhoso domingo de páscoa para você e todos os seus, que ele seja repleto de amor e alegria...
Beijos
Ani
Runa... incrivel... líricamente duro... uau... continuo embalada no sentimento... muito bom, PARABENS... é uma daquelas coisas que todos gostariam de ter escrito... inclusive eu... chego a estar sem reação... muito beijo e FELIZ PASCOA, meu querido amigo...
Runa,
Senti um frenesi ao ler seu texto, era como se eu participasse desse momento, ou estivesse como espia dessa guerra. Muito bom seu texto, me transladou para ele.
Abraços e sigo-te, pois amei.
Um texto de emoçao e realidade
Triste mas verdadeiro
Escrevestes com sentimento
Parabéns.
Amei conhecer seu blog
Se permites te sigo com carinho
abraços Preciosa Maria
Você coloca a dureza da ocorrência de forma poética, sem deixar de fora o sentimento de agonia que traz uma guerra.
Só hoje conheci seu blog e fiquei admirada com
a facilidade com que expõe seu pensamento.
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