quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sigilo

Foto: Queen_of_the_Damned (http://exogenbreach.deviantart.com/)


Cada face que atravessa o frio destes ladrilhos
espelha um segredo que não se pode decifrar
um fio escasso de luz a aproximar-se da nudez
com que a noite se encaminha para a sombra

Ninguém sabe ainda onde começou esse rumor
que nos chega como uma respiração ofegante
um vestígio de poeira a esconder uma presença
que não se há de saber nunca a quem pertence

O que sabemos é que as palavras se esvaem
à medida que vamos descendo dentro do poema
e lentamente nos cerca um silêncio de tinta gasta
como uma prece antiga que o tempo esqueceu
ou um sigilo que não ousamos sequer pronunciar


__________________________________________
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5 comentários:

rosa-branca disse...

Olá Runa, maravilhoso poema, mas com tanta nostalgia que me deixas sempre com nó na garganta. Adorei. Beijos com carinho

Colcha de Cetim disse...

Tantos segredos se escondem nos versos de um poema.

Rô... disse...

oi Runa,

o que pensamos e sentimos,
muitas vezes fica escondido de nós mesmos...
doces são os mistérios dos poetas!!!

beijinhos

Anónimo disse...

Segredos são segredos e se fossem revelados talvez nada mais sobrasse. E todos rumores são apenas especulações de quem quer saber, mas nada conhece.
bjks doces e um otimo fim de semana Runa.

Anónimo disse...

O silêncio da tinta gasta e o sigilo...

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