Uma menina sorri e salta à corda
sem nunca perder o equilíbrio
ignorando que há muito já morreu
e que é apenas um oxidado reflexo
que velhos espelhos continuam a devolver.
Tem as feições obscurecidas pelos anos
e pelos ventos que atravessaram
os muros brancos de um quintal extinto
mas não perdeu a infantil vocação
de quem sabe as fórmulas de burlar o tempo.
Descalça e imune às caricias do gelo
levanta repetidamente os pés do chão
enfeitiçada pela luz que a tarde eternizou
sempre que a corda desenha no ar
a cadência febril da sua elipse.
E enquanto houver quem seja capaz
de alimentar o rastilho desse movimento
não deixará nunca de pular sobre a corda
nem de ser a menina que sorri
ignorando qualquer memória da morte.
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8 comentários:
oi Runa,
procuro sempre manter meu espírito de menina,
daquela que gosta de viver,
de colorir,de brincar...
beijinhos
Olá Runa,
Saudades dessa menina que (d)escreveu!
Beijinhos dos Alpes
Runa, oi,
Sempre que possível existirá uma menina fazendo travessuras a pular corda na faixa do horizonte de olhares e sorrisos coloridos
Tento imaginar a menina que não fui, não me deixaram ser, obrigaram-me a trabalhar, só não o fizeram após eu nascer, mesmo assim tento manter dentro de mim a menina que quis ser.
Adorei meu amigo
Boa semana Runa
beijinho e uma flor
A alegria e a inocência da infância.
Conservar em nós estes sentimentos é um enorme desafio.
Abrç
Que teus dias sejam de intensa felicidade a cada volta que dás ao redor do sol.
Feliz aniversário!
depois de um tempo afastada, estou retornando com meu blog..
adoraria receber tua visita..
bjs.Sol
Então já não escreve?
Falta de inspiração?
A menina que saltava a corda, não lhe deu mais inspiração?
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Abraço. Volta sempre.
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