O anjo da revelação chega ao entardecer
com um livro fechado debaixo do braço.
Uma sebenta de capa negra e gasta
onde se encerra o clamor dos desertos.
Todas as palavras que Deus sussurrou
na sarça ardente de uma voz sem rosto.
O anjo da revelação traz o frio nos lábios
e grita para as profundezas de um poço
a metáfora azul da separação das águas.
E com a cor do sangue que há de ser vertido
risca na brancura imaculada da pedra
um nome que atravessa toda a eternidade.
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4 comentários:
Profundo Runa! Amei, simplesmente.
Boa semana meu amigo
beijinho e uma flor
Runa, teu poema, um poema que emerge do teu eu mais profundo e revela o Verbo, em plena Natureza, que através da chama ardente da sarça conduz a todos para o caminho da libertação.
oi Runa,
a força de um nome
que para sempre está tatuado na pedra branca
e em nossos corações...
beijinhos
Tão triste a história deste anjo.
Vertidas lágrimas de sangue, esquecidas, sem eternidade.
Pelo menos é desta forma que eu leio o seu poema.
Bem escrito. Tristemente.
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