Ao lado da cama, onde ao meu filho
é drenado o ar acumulado
entre a pleura e o pulmão esquerdo
após pneumotórax reincidente,
um meigo velhinho de 94 anos
chama, num delírio constante,
por alguém que não está.
Depois ergue-se, de súbito,
e diz, com a voz embargada:
eu só quero voltar para casa
para ao pé da minha companheira.
Então, volta a deitar-se, serenado,
e diz de novo, num suspiro profundo:
já somos casados à 76 anos
e ela chora quando eu não estou.
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4 comentários:
E como dói a dor da impotência, a dor da espera, a dor solidão existencial.
versos
de acalento
tanto faz na dor
ou na saudade,
quando expressam
sentimentos
é como se pintássemos
a dor de azuis anis
é como pintar a saudade
em um mar de cores gris
é como desenhar na pele
o amor em tons febris
a dor
a saudade
o amor
a impotência
gritam nos versos
do poema
cremos no corpo,
senti-los palpáveis.
oi Runa,
que lindo,
fico imaginando que quanto mais os anos passam,mais e mais ficamos dependentes da companhia dos nossos conjuges...
sinto falta do meu marido quando ele viaja a trabalho...
beijinhos
Que lindos versos...chegou a me emocionar imaginar tal situação e a beleza que possui o amor, aquele amor que passa o tempo e está ali...que não foi trocado por qualquer outra coisa. Versos profundos e fortes, em poucas linhas conseguiu escrever bastante!
Abraços e boa tarde, gosto de teus versos!
Olá Runa,
Lindo e comovente este texto.
Vimos desejar que passes um Natal muito feliz com muita saúde, amor e paz e que o ano de 2015 te traga muita felicidade e transforme os teus sonhos em realidade.
Seguindo a máxima “Ano Novo, Vida Nova”, informamos que o Farol vai sofrer algumas mudanças já a partir do próximo mês de Janeiro. Assim, aproveitamos para te convidar a participar no desafio com o qual em 2015 iniciaremos essa mudança.
Beijinhos e abraços dos amigos,
Argos, Tétis e Poseidón
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