Vivemos dentro de um pesadelo antigo
sonhado por mentes perversas.
Uma teia disforme e negra
tecida com fios de sangue e escuridão.
Vivemos no ventre tumular de uma mentira
que nos suga a alma mirrada
e nos arrasta, em hipnótico transe,
até ao centro profano do labirinto.
Cativos do pecado e da iludida glória
de estranhos deuses de aluguer,
batemos os trilhos enferrujados da sombra
onde toda a esperança se afunda
num disforme gemido de poeira e ruínas.
Tudo aquilo que aprendemos,
e que nunca trouxe consolo nem alivio,
afoga-se agora no coração estagnado da lama
e nas pontes que desabam na boca do abismo.
De olhos cerrados, dormimos este sono falso,
sonhamos a angústia deste exílio decadente,
numa cega peregrinação pelo colapso da fé,
até à chama extinta da encruzilhada,
onde, em resignado silêncio, uma voz esquecida
entoa a melodia aprisionada das manhãs;
farol de esperança que nos há-de guiar
para fora desta tumba sombria,
quando a noite se devorar a si própria,
num agonizante estertor de espanto,
e, rasgando a mortalha de trevas,
a luz do novo dia nos vier resgatar.
sonhado por mentes perversas.
Uma teia disforme e negra
tecida com fios de sangue e escuridão.
Vivemos no ventre tumular de uma mentira
que nos suga a alma mirrada
e nos arrasta, em hipnótico transe,
até ao centro profano do labirinto.
Cativos do pecado e da iludida glória
de estranhos deuses de aluguer,
batemos os trilhos enferrujados da sombra
onde toda a esperança se afunda
num disforme gemido de poeira e ruínas.
Tudo aquilo que aprendemos,
e que nunca trouxe consolo nem alivio,
afoga-se agora no coração estagnado da lama
e nas pontes que desabam na boca do abismo.
De olhos cerrados, dormimos este sono falso,
sonhamos a angústia deste exílio decadente,
numa cega peregrinação pelo colapso da fé,
até à chama extinta da encruzilhada,
onde, em resignado silêncio, uma voz esquecida
entoa a melodia aprisionada das manhãs;
farol de esperança que nos há-de guiar
para fora desta tumba sombria,
quando a noite se devorar a si própria,
num agonizante estertor de espanto,
e, rasgando a mortalha de trevas,
a luz do novo dia nos vier resgatar.
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13 comentários:
que esta luz seja mais intensa do que qualquer coisa
'Todos temos luz e trevas dentro de nós. O que nos define é o lado com o qual escolhemos agir.'(Desconheço autoria)
Belo poema.
Beijos
Vejo sempre tanto sofrimento nas tuas palavras.
Espero que não seja real. Espero que a luz do novo dia esteja presente na tua vida todos os dias.
Beijo
Sandra (sentidos)
De novo com problemas no blogger
Reler 'Até que a luz nos resgate', é recomeçar o 'Primeiro voo', é relembrar que 'Ainda agora enjoei o dia', é ouvir e sentir na 'Ba(da)lada do tempo', uma 'Receita para escrever um poema', e, meu amigo, esquecer tudo que nos leva a uma 'Normopatia'... É 'Hora de partir' rumo a ‘130’ páginas, e explorar todas as tuas idéias poéticas, ainda que a última esteja como ‘Tabula rasa’... Nela tu deixas espaços para reflexões de todas as nossas lutas existenciais... 'Até que a luz nos regate'!
Flor.
Um grande abraço fraterno.
Como sempre seus poemas são profundos e nos remetem a muitas reflexões. Eu mesma tenho meus dias de trevas e meus dias de luz ... mas prefiro a luz!
Que ela nos resgate!
Bj
RUNA,
ESTE POEMA COMEÇA POR REFLETIR DESALENTO, MAS
ENCONTRA ESPERANÇA AO FINAL.
AINDA BEM, POIS CREIO FIRMEMENTE NO RESGATE DA LUZ, NUM NOVO MUNDO ONDE TODOS PODEREMOS TER MAIS ALEGRIA E PAZ NO CORAÇÃO.
ABRAÇO.
Há tanto para fazer... há tanto para mudar!
E se cada um fizer a sua parte, ainda fica muito para fazer!
Muito poderia ser dito a partir deste seu texto
Pesadelos tumulares e sombrios... mas que antevêem uma luz de resgate e de esperança...
Ainda bem que assim é Runa, pois que, por vezes pode ser mais "fácil" deixar-se resgatar pelas trevas...mas há que ressurgir e procurar a bonança, só nós é que o podemos fazer!!!
CF (Célia)
PS: o blogger só me deixa aceder sob a condição de anónima
e enquanto essa luz não vem, iluminamos nosso olhos com tua poesia!
Um beijo!
Runa
Profundo como sempre são teus poemas, vejo muito sofrimento, que a luz do dia e o sol possa iluminar teu coração.
Beijo
que esta luz não se demore para todos nós.
Olá Runa,
Seu poema e um tanto melancólico e triste, porém ainda há uma perspectiva de luz no fim do túnel.
Muito bom o poema! Estou te seguindo e voltarei mais vezes.
Gostaria que me fisesse uma visita ao meu blog e, se gostar, siga-me, deixando lá um comentário sobre meu post. Ficarei muito feliz com sua presença.
Grande abraço,
Maria Paraguassu.
A luz sempre vem, mas depende da fé. E sair das trevas é uma opção humana.
Bjs.
A maioria dos seres são enclausurados e sofrem grandes solidões e escuridões e esperam avidamente pelo resgate de uma única LUZ...
Lindo o que deixou-nos aqui!
Abraços
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Abraço. Volta sempre.
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