Sentado no litoral do imaginário
o poeta desenha um barco
com a madeira solitária dos versos
que guarda nas folhas amarrotadas
de um caderno negro
Desenha o mar distante da infância
e a paisagem costeira
de um secreto itinerário de espuma
com a água que lhe sobra
do olhar exausto e vencido
Aos confins longínquos da memória
resgata os traços trémulos do vento
com que acende a luz de um verão antigo
sobre um fundo azul
onde desenha o cais de onde nunca partiu
E espera pela subida da maré
para traçar os caminhos de fuga
por entre as quilhas da página vazia
onde o sol rasga vagas de névoa
e as sereias enredam viajantes perdidos
o poeta desenha um barco
com a madeira solitária dos versos
que guarda nas folhas amarrotadas
de um caderno negro
Desenha o mar distante da infância
e a paisagem costeira
de um secreto itinerário de espuma
com a água que lhe sobra
do olhar exausto e vencido
Aos confins longínquos da memória
resgata os traços trémulos do vento
com que acende a luz de um verão antigo
sobre um fundo azul
onde desenha o cais de onde nunca partiu
E espera pela subida da maré
para traçar os caminhos de fuga
por entre as quilhas da página vazia
onde o sol rasga vagas de névoa
e as sereias enredam viajantes perdidos
.
31 comentários:
Runa,
É tão melacolicamente bela que nem a comento.
Prefiro senti-la ...
Fazes poesia de primeira !
Bjo.
...Desenha o mar distante da infância
e a paisagem costeira
de um secreto itinerário de espuma
com a água que lhe sobra
do olhar exausto e vencido...
Depois dessa frase as palavras se calam por si só...
Lindo!!!!
Beijos
Ani
Uma poesia que tira sangue das pedras, fizeste da melancolia d'alma uma beleza de texto. Grande prazer conhecer sua poesia e tê-lo como meu seguidor. Esteja certo que voltarei ler-te. Bjs.
Lindo...
Olá Runa! Tudo bem contigo?
Texto extremamente forte em, mas com reservas de sentimentos que afloram tbm, muito bom!
Ah...li tbm um outro poema, " Extrema Unção"...gostei muito, adoro bastante esta forma original com que escreves...
Bjos no coração e tudo de bom pra ti!
Uma melancólica beleza que tece o poema.
Boa noite, Runa!
Mais um belo poema, parabéns!
De que nos vale fugir,se este coração é o nosso ser,se,quando nos abandonamos à fuga, o levamos conosco?
Jaime Balmes
Com carinho,
Mara
Como sempre sem palavras para me expressar diante de tamanha riqueza...Lindo poema,Runa!
Abraços e um excelente carnaval!
wwwsinparangon.blogspot.com
Sorte daquele que tem memórias tão fortes...e que ainda pode dar as mãos às sereias e recontar num quadro imaginário todo um trajeto rico de paixões: de vida vivida à flor da pele. Perdas e ganhos. Dói...mas é essa dor que o faz tão grandioso no que sente e faz...contradição difícil de resolver, não, poeta?
Belíssimo poema!
Meu amigo poeta, é sempre um privilégio ler-te. Quanta coisa boa aprendo contigo! :)
Amei essas imagens que vc criou... lindas metáforas.
Beijos
.
Como poeta, tens o dom de fazer das palavras fatos vividos, pois através das tuas poesias,
não apenas absorvemos a palavra em si, vivemos todo sentimento por ela passada.
Minha ausência de palavras não significa ausência em si, passo sempre por aqui para me ancantar com tuas palavras, mas minha presença é silenciosa.
Te deixo beijos e um vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=UjRwuGsugdE&feature=related
PS: Tua poesia me levou a essa música.
.
.
Olá Runa
Vim conhecer o seu cantinho e fazer parte dele, seja bem vindo no meu tb...
Um belo domingo
Bjs
“...traçar os caminhos de fuga...”
Sempre me encantando com tua forma especial,
de dizer as coisas sentidas e doridas,
mas que deixam marcas de beleza,
impossíveis de explicar - apenas sentimos,
sem tocar, sem ver, embora,
as imagens, passem por nossos olhos,
como a 'luz' que precisamos
para ver além dessa dor opaca, que num paradoxo
- é repleta de brilho e transparência - tuas palavras!
Mais uma vez meus aplausos oas teus versos.
Um grande abraço fraterno meu amigo.
Flor.
Olá Runa
Lindo este teu poema, forte emocionante, adoro a forma como escreves, venho sempre visitar mas nem sempre posso comentar.
Beijinho Runa
Olá, meu amigo poeta! Olha, o que li aqui foi poesia pura e aplicada. Adorei! Parabéns!
beijos
O mais discreto vem do discorrer de idéias e sentimentos qual espuma d'água... Tem de ser, muito sensível para enxergar antes que se dissipe...
"Forte abraço, amigo"!
Gostei mais da última parte. Esse poema daria uma bela letra de música!
bjos
http://artegrotesca.blogspot.com
Uma reflexão feita com alma, em meio aos momentos de inspiração e vagar das fluidos.
www.vivendoteologia.blogspot.com
Olá, Runa, tudo bem?
Parabéns pela composição. Você é um excelente poeta! Gosto dos seus simbolismos.
Abraço.
Tocou-me. Pela simplicidade das palavras. Pela nostalgia da maré. Gostei muito.
Beijo :)
Este mar que nos embala na sonoridade das suas marés, está presente neste regresso à infância nos "confins longínquos da memória
resgata os traços trémulos do vento
com que acende a luz de um verão antigo
sobre um fundo azul
onde desenha o cais de onde nunca partiu".
Adorei o balanço das ondas neste frágil barco de fuga que é a escrita.
Magnífico poema, com belas imagens poéticas e uma óptima sonoridade.
Gostei imenso.
Abraço.
Olá Runa,
Fico como canoa à deriva, sem saber onde pescar as palavras que os teus poemas merecem!
Bjs dos Alpes
Tens um lindo blog e um belo dom de escrever (:
Obrigada por seguir meu bloguinho!
Ah! Onde você encontrou o Walking to the rainbow ?
:*
Caro amigo Runa,
melancolicamente belo esse olhar sobre a infância, sonhando a fuga do presente para um futuro que vai te encontrar no mesmo cais da tua meninice.
A tua solidão é apaixonante...
Beijo!
Vamos pegar juntos esse barco?
Um poema denso, belíssimo...!
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