sábado, 3 de dezembro de 2011

Diário económico

A bolsa abriu hoje
com nova sessão no vermelho.
Em queda acentuada
os principais índices
voltaram a bater recordes
em contra ciclo
com o colapso dos contribuintes.
Especialistas anunciaram
o estudo de uma vacina
para combater
o nervosismo crónico dos mercados
e a ameaça de contágio
aos restantes pacientes.

Com o objetivo de debelar
o bacilo galopante da falência
governos congelam salários
e aumentam impostos;
fixam a idade da reforma
nos noventa e nove anos
processando todos aqueles
que não cumprirem essa meta.
Como consequência da medida
a Moody’s já anunciou
um novo corte
no rating das agências funerárias
alertando para a instabilidade
no setor da necrologia.

O banco central prepara
uma injeção de capital
para retoma económica
da europa moribunda
incentivando os países
a contrair novos empréstimos
para pagar dívidas e taxas
de juros já vencidos.
Especuladores manifestam-se
contra pacotes de resgate
e quaisquer tentativas
de contenção de gastos
enquanto os credores uivam
às portas da mansão em ruínas

e Atenas
é consumida pela fúria das chamas.

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6 comentários:

Unknown disse...

Aprovada criminalização do enriquecimento ilícito.

Abraço.

Flor de Jasmim disse...

Runa meu amigo
Assustador!!!
É como eu consigo sentir a minha vida no meio de tanta falsidade, mentiras, roubo descaradamente, neste mundo de maldade e corrupção.
Beijo e uma flor

Reinadi Sampaio disse...

Maravilhoso teu "Diário econômico" dito em um "Grito literário"

Meio assustador é às vezes,
Um grito literário
Tentando arrumar as águas
Num arremesso de fúria objetiva
Em que as palavras saem,
Como martelos esmagando o pendor
E a altivez, de quem fere sem medir
Ou sentir a insanidade... Das palavras [...]

E dos atos que vem atingido a todos nós, de forma inescrupulosa... Advindos de políticos sem uma consciência moral e social.

Que eles nunca consigam calar a voz de um poeta, como tempos outrora.

[...] Porque, se um pensamento existe:
Um corpo vive
Uma alma cresce.

Se nem a fúria dos mares,
O mais profundo calabouço
Ou a mais cruel prisão psicológica,
Conseguiram calar a alma de um poeta,
Então, libertem a visão das muralhas,
Que vos assombram
E vivam o esplendor das palavras,
Uma das mais belas formas
De uma alma se expressar.

Do meu "Grito literário" em homenagem ao teu desabafo poético.

Abraço,
Flor.

Reinadi Sampaio disse...

Esqueci,
Parabéns, sempre, para teus escritos.
Flor.

mfc disse...

Sei que cada vez me sinto mais e mais Ateniense!

Rô... disse...

oi meu amigo,

e que esse descaso,
esses novos planos,
essas estratégias apolíticas,
não acabem num espetáculo pirotécnico,
comemorando o Ano que chega...

beijinhos

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